domingo, 5 de setembro de 2010

A hipocrisia da putaria (ou vice-versa)

Assistindo a um programa norte-americano de talentos, acompanhei a seguinte situação:

Uma participante, dona de casa, resolveu encarnar uma personagem para o show: se vestiu de "dominatrix", com peruca preta, collant de couro, chicote etc, cantou, dançou, fez toda a performance... O júri adorou e foi unânime em aprová-la para a segunda fase, onde deveria apresentar um número novo.

No dia do número novo, a participante resolve conectar os dois mundos, e começa a apresentação vestida de dona de casa, comportada, avental, cabelo loiro preso, e alguns homens em volta, porém cantando uma música das "Pussycats Dolls", onde planejava ao final transformar-se e apresentar um striptease.

Porém, qual não foi sua surpresa ao ser "gongada" logo nos primeiros minutos.

Os jurados estavam indignados, onde já se viu, não era para misturar nada, eles haviam votado na "dominatrix" da primeira fase, e ela havia estragado tudo etc. A mulher saiu frustrada e perplexa.

Qual foi a conclusão disso? Em primeiro lugar, que os americanos são hipócritas. Os filmes de Hollywood sempre fizeram o mundo crer que naquele país havia vasta liberdade sexual. Na ficção, todos  transam com todos logo de primeira, e a liberdade beira a orgia geral. Mas, na realidade, a maioria dos americanos adultos considera isso inadimissível.

Nas pequisas sobre sexo, muitos homens daquele país disseram que jamais fariam "coisas eróticas" com suas esposas, imagine, eles nunca pensariam em colocar o pênis na boca da mulher que é a mãe de seus filhos... Ou seja, estavam dizendo que continuariam posando de bons maridos, enquanto pagavam prostitutas para satisfazer seus desejos... e não entendiam por que suas esposas continuavam tão frustradas que acabavam se realizando com jardineiros, entregadores e outros.

A exibição da "dominatrix" do concurso, vestida de dona de casa, mexeu com os costumes e padrões americanos, onde ninguém ousa pensar que a mãe e dona de casa é, antes de tudo, uma MULHER, com desejos e sexualidade perfeitamente normais.

A "dominatrix" mexeu com a hipocrisia americana, onde os homens são extremamente maxistas e ainda dividem as mulheres em tres categorias: a mãe, a esposa, e a puta.

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